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quinta-feira, 3 de agosto de 2023

NOSSOS MEDOS: Brasil


 Na primeira noite eles se aproximam

e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada. 

Eduardo Alves da costa


Mais atual,impossível!

terça-feira, 1 de agosto de 2023

O PRIMEIRO SINAL DE CIVILIZAÇÃO : Vida


 Uma estudante perguntou uma vez à antropóloga Margaret Mead qual considerava o primeiro sinal de civilização em uma cultura. A estudante esperava que a antropóloga falasse de anzóis, bacias de barro ou pedras para amolar, mas não. Mead disse que o primeiro sinal de civilização numa cultura antiga é a prova de uma pessoa com um fêmur quebrado e curado.

Mead explicou que no resto do reino animal, se você quebrar a perna, você morre. Você não pode fugir do perigo, ir para o rio beber água ou caçar para se alimentar. Você se torna carne fresca para predadores.
Nenhum animal sobrevive a uma perna quebrada o tempo suficiente para que o osso cure. Um fêmur quebrado que se curou é a prova de que alguém tirou o tempo para ficar com o que caiu, curou a lesão, colocou a pessoa em segurança e cuidou dele até que ele se recupere.
′′Ajudar alguém a passar pela dificuldade é o ponto de partida da civilização ", explicou Mead. A civilização é uma ajuda comunitária."

SÓ OS JUSTOS ENTRARÃO NO CÉU : Textos e Autores( Paulo Coelho )


 Um homem, seu cavalo e seu cão, caminhavam por uma estrada. Depois de muito caminhar, esse homem se deu conta de que ele, seu cavalo e seu cão haviam morrido num acidente. Às vezes os mortos levam tempo para se dar conta de sua nova condição… A caminhada era muito longa, morro acima, o sol era forte e eles ficaram suados e com muita sede. Precisavam desesperadamente de água. Numa curva do caminho, avistaram um portão todo magnífico, todo de mármore, que conduzia a uma praça calçada com blocos de ouro, no centro na qual havia uma fonte de onde jorrava água cristalina. O caminhante dirigiu-se ao homem que numa guarita, guardava a entrada. – Bom dia, ele disse. – Bom dia, respondeu o homem. – Que lugar é este, tão lindo? ele perguntou. – Isto aqui é o céu, foi a resposta.. – Que bom que nós chegamos ao céu, estamos com muita sede, disse o homem. – O senhor pode entrar e beber água à vontade, disse o guarda, indicando-lhe a fonte. – Meu cavalo e meu cachorro também estão com sede. – Lamento muito, disse o guarda. Aqui não se permite entrada de animais. O homem ficou muito desapontado porque sua sede era grande. – Mas ele não beberia, deixando seus amigos com sede. Assim, prosseguiu seu caminho. Depois de muito caminharem morro acima, com sede e cansaço multiplicados, ele chegou a um sítio, cuja entrada era marcada por uma porteira velha semi-aberta. A porteira se abria para um caminho de terra, com árvores dos dois lados que lhe faziam sombra. A sombra de uma das árvores, um homem estava deitado, cabeça coberta com um chapéu, parecia que estava dormindo: – Bom dia, disse o caminhante. – Bom dia, disse o homem. – Estamos com muita sede, eu, meu cavalo e meu cachorro. – Há uma fonte naquelas pedras, disse o homem e indicando o lugar. Podem beber à vontade. O homem, o cavalo e o cachorro foram até a fonte e mataram a sede. – Muito obrigado, ele disse ao sair. – Voltem quando quiserem, respondeu o homem. – A propósito, disse o caminhante, qual é o nome deste lugar? – Céu, respondeu o homem. – Céu? – Mas o homem na guarita ao lado do portão de mármore disse que lá era o céu! – Aquilo não é o céu, aquilo é o inferno. O caminhante ficou perplexo. – Mas então, disse ele, essa informação falsa deve causar grandes confusões. – De forma alguma, respondeu o homem. Na verdade, eles nos fazem um grande favor. Porque lá ficam aqueles que são capazes de abandonar até seus melhores amigos…

QUANDO ACORDAREM VERÃO O INFERNO: Pensamento


 

OS CAÍDOS

OS CAÍDOS
Levante todos os caídos ao seu redor. Você não sabe onde seus pés tropeçarão. André Luís

SOMOS TODOS VIAJANTES

SOMOS TODOS  VIAJANTES