Há 30 anos ,na Venezuela, pessoas comuns, intelectuais, artistas e jornalistas de esquerda, à época, apoiadores e influenciadores do regime de Hugo Chaves, o idolatravam, aplaudiam e comemoravam a prisão de seus opositores políticos. Venezuela àquela época ainda estava dividida, pois ainda havia oposição.
Hoje, não há mais divisão.
Unidos na fome e no silêncio opressor.
Um silêncio construído ao longo de décadas, narrativa por narrativa, discurso por discurso, pedaço por pedaço, decreto por decreto, censura por censura, prisão por prisão.
Aqueles que um dia brindaram a “revolução” descobriram tarde demais que revoluções comem seus próprios filhos, começando pelos sonhadores, passando pelos intelectuais, até que chega ao cidadão comum.
Os artistas que influenciavam o povo nas TVs, não existem mais.
Os jornalistas que celebraram a queda dos “inimigos do povo” hoje vivem exilados, perseguidos, presos ou mortos.
As pessoas comuns, antigas defensores do regime perderam a voz, uns por medo, outros por vergonha, outros porque finalmente entenderam que não há liberdade que sobreviva quando o regime se torna o único dono da verdade.
A Venezuela que prometia socialismo e igualdade virou a Venezuela que distribui filas por comida, fome, cadeia e silêncio.
Um país onde a oposição não desapareceu, primeiro foi silenciada, depois foi eliminada.
Onde o voto virou teatro, a justiça virou cúmplice e opinião contrária virou risco.
A história não surpreendeu ninguém que decidiu olhar sem romantização. O autoritarismo sempre começa com aplausos e termina com choros. Sempre se apresenta como libertação e se revela como prisão. Sempre usa a palavra “povo”, mas nunca é por ele.
É apenas para os Palácios.
"É pela Democracia". Diz o Ditador!
Trinta anos depois, o que resta é a lição amarga, que todos nós, brasileiros vemos e não aprendemos. Quando a liberdade de um lado é atacada, a liberdade do outro não vence, ela apenas aguarda sua vez de ser sacrificada.
E, para quem insiste em repetir os mesmos erros no Brasil, fica a advertência escrita a ferro e fogo na história alheia.
Não existe tirania do bem.
Não existe censura justa.
Não existe opressor salvador.
Não existe justiça parcial.
E não existe país que fique de pé quando a liberdade se ajoelha.
Talvez ainda há tempo de não seguirmos o mesmo caminho.
Mas, 20 anos já se passaram de PT no governo do Brasil e a história que assistimos aqui está absurdamente igual ao roteiro de lá.
E a história nunca erra.
.Cleonio Dourado
C E.ONCORDO PLENAMENTE COM O SEU MODO DE PENSAR