Era um dia um velho chamado Zusa, que trabalhava pelo ofício de carpinteiro. A sua oficina era um brinco, sempre muito asseada, a ferramenta muito limpa, tudo nos seus lugares.
Mas a mania do velho era batizar cada ferramenta com um nome próprio. O martelo chamava-se toc-toc, o formão, rompe-ferro, o serrote, vaivém.
Quando um vizinho do lugar precisava de uma, corria logo à oficina do Zusa, a pedir-lhe de empréstimo.
Mas, tantas lhe fizeram, demorando a entrega ou ficando com as ferramentas algumas vezes, que o velho resolveu parar com os empréstimos.
Certo dia, foi à oficina um menino, de mando do pai, e disse:
-- Papai mandou-lhe muitas lembranças e também pedir-lhe emprestado o vaivém.
Mestre Zusa deu boas cangalhas e respondeu:
-- Menino, volta e diz a teu pai que se vaivém fosse e viesse, vaivém ia, mas como vaivém vai e não vem, vaivém não vai.
(Lindolfo Gomes - Contos Populares Brasileiros)
Isso não é sobre serrotes...
Isso vale para a vida...
Para aqueles que só recebem e nada dão em troca.
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